BYD DOLPHIN MINI 2025 | Dossiê Completo dos CUSTOS para ADQUIRIR e MANTER um CARRO ELÉTRICO
- Paulo Silva
- 21 de mar.
- 8 min de leitura
Atualizado: 3 de abr.
Com os carros elétricos cada vez mais populares no nosso mercado, venho trazer um levantamento completo, atualizado, sobre todos os custos para adquirir e manter um BYD Dolphin MINI EV 2025, o modelo mais acessível da marca e um dos mais baratos elétricos do mercado brasileiro, em sua versão de 5 lugares.
Custos de compra e emplacamento
Preço do SITE - R$ 122.800,00 (20/03/2025)
Preço FIPE, março/2025 (Código FIPE 095010-6) - R$ 120.800,00
Tarifa primeiro emplacamento - R$ 271,02 (Detran MG)
Placas Mercosul - R$ 300,00 (preços médios em MG)
IPVA (no ato do emplacamento, 4% MG, sem isenção especial para carros elétricos) - R$ 4.832,00, lembrando que, se emplacado no mês de março, só será pago o valor proporcional aos meses restantes do ano, então fica sendo: 4.832,00/12*10 = R$ 4.026,67
Taxa de licenciamento (no ato do emplacamento) - R$ 35,18 (Detran MG)
Seguro (estimativa média de 5% do valor da tabela FIPE) - R$ 6.040,00
Dessa forma, o custo total no ato da compra engloba o preço praticado no site da montadora, acrescido da tarifa de primeiro emplacamento, placas Mercosul, IPVA, Taxa de licenciamento e um possível seguro, dá o valor de R$ 133.472,87.
Custos anuais - Documentação
Para manter um veículo desse totalmente regularizado para rodas nas ruas, é necessário pagar as taxas de IPVA (valor total para 12 meses) e licenciamento, mas aqui também vamos considerar um seguro, uma vez que se trata de uma despesa anual.
Os valores que já foram definidos anteriormente, somam uma despesa total anual de R$ 10.907,18 ou R$ 908,93 por mês, que você deve separar no seu orçamento, para não ter sustos.
Custos de revisão e garantia
A BYD oferece para os proprietários do Dolphin Mini, as seguintes garantias:
GARANTIA DO VEÍCULO - 6 anos sem limite de quilometragem (uso particular); ou 2 anos ou 100 mil km (uso comercial)
GARANTIA DA BATERIA DE TRAÇÃO: 8 anos sem limite de quilometragem (uso particular); ou 8 anos ou 500.000 km (uso comercial)
GARANTIA DO MOTOR ELÉTRICO: 8 anos ou 200 mil km (uso particular); ou 6 anos ou 150.000 km (uso comercial)
GARANTIA DO SISTEMA DE ALTA E BAIXA TENSÃO, CHASSIS: 6 anos sem limite de quilometragem (uso particular); ou 5 anos ou 150.000 km (uso comercial)
GARANTIA DA TOMADA DE RECARGA: 3 anos sem limite de quilometragem (uso particular); ou 1 ano sem limite de quilometragem (uso comercial)
Conforme a montadora, o plano de manutenção prevê que as revisões devam ser feitas a cada 20 mil km ou 1 ano, o que ocorrer primeiro, e os valores de cada revisão já estão definidos conforme tabela abaixo.
CENÁRIO 1 (Uso particular) - utilizando o veículo por, no máximo, 20 mil km/ano, será feita uma revisão obrigatória por ano, usando os 6 anos de garantia. Dessa forma, o total gasto durante o período será de R$ 4.910,00, ou média de R$ 818,33/ano, ou ainda, média de R$ 68,19/mês.
CENÁRIO 2 (Uso comercial) - utilizando o veículo por uma quilometragem aproximada de 40 mil km/ano, deverão ser feitas duas revisões por ano, totalizando as 4 revisões em concessionária, no período de 2 anos da garantia. Assim, o custo total durante o período das revisões será de R$ 3.080,00, ou média de R$ 1.540,00/ano, ou ainda, média de R$ 128,33/mês.
Custos de energia e carregadores
Existem 3 formas de entrada de energia no BYD Dolphin:
Carregamento por corrente alternada em conector tipo 2 - Wallbox a 6,6 KW (conforme fabricante) ou
Carregamento por corrente contínua em conector CSS 2 - 40 KW, com tempo de recarga de 30 a 80% em 30 minutos (conforme fabricante) ou
Freios regenerativos - sistema de recuperação de energia em momento de frenagem ou descidas, que são momentos em que o motor passa a funcionar como um gerador, sendo movido pela própria energia cinética do veículo em movimento para recarregar as baterias.
Sobre a bateria do Dolphin Mini, é do tipo Blade ou LFP (Fosfato de Ferro e Íon de Lítio), mais modernas e baratas, que apresentam ciclos de recarga mais eficientes, porém ainda são de estado líquido e não são as melhores em densidade energética, o que implica em um peso e volume maiores para se ter uma autonomia satisfatória, por isso, sua capacidade total é de 38,0 KWh.
A autonomia fica em 280 km considerando o sistema PBEV, o programa de etiquetagem veicular brasileiro, do Inmetro, que é uma normativa desenvolvida para exclusivamente para o nosso mercado, sendo assim um teste mais realista considerando o nosso tipo de relevo, estradas, trânsito,etc., mas que pode indicar um valor mais baixo que em outros mercados, como o americano ou o europeu.
Sendo assim o consumo médio calculado, considerando a autonomia declarada e capacidade total da bateria é de 7,37 km/KWh ou 13,6 KWh/100 km, claro, podendo variar de acordo com velocidade, trajeto, modo de guiar, etc.
À título de comparativo, conforme a etiqueta do Inmetro do Dolphin Mini, que é classificado como “A” (a classe de melhor eficiência energética), este tem um consumo equivalente a um veículo com motor à combustão que faz 58,6 km/l em cidade, e 41,9 km/l em estrada, sendo muito econômico, de fato.
Para calcularmos o custo por quilômetro rodado, precisamos ter uma média do custo da energia, obtido do site da CEMIG, em 20/03/2025, considerando uma instalação residencial e bandeira verde, com um valor de R$ 0,79969 / KWh, podendo este valor, também variar, de acordo com a época do ano e vários outros fatores.
Considerando a já citada, bateria de 38,0 KWh, o custo total de uma recarga completa é de R$ 30,39.
Já o custo total do quilômetro rodado (custo total da recarga / autonomia) é de R$ 0,11, o que é bem mais barato que a média geral para carros à combustão, que fica entre R$ 0,30 e 0,40 por km rodado.
Dessa forma, se você roda uma média de 1000 km/mês, por exemplo, você vai gastar R$ 108,53 por mês com energia.
Mas temos que lembrar do custo dos carregadores, que podem ser variados. Por exemplo, um Wallbox de 32A e 7,5 KWh, é encontrada na internet por preços médios de R$ 4.594,00 (claro, podendo sofrer variações de acordo com época, loja, fabricante, e vários outros).
Imaginando que você fique com um veículo desse por todo o seu período de garantia, que é de 6 anos (ou 72 meses), um carregador desse preço, dá um custo médio mensal de R$ 63,81 (sem contar custos de instalação).
Dessa forma, o custo total médio mensal de energia e carregador para rodar 1000 km por mês fica em R$ 172,34.
Equipamentos e segurança à bordo
Pagando em torno de R$ 120 mil (mais os custos de aquisição já citados acima), você leva para casa um BYD Dolphin Mini, versão 5 lugares, equipado de série com:
EXTERIOR
Travas elétricas;
Rodas liga de alumínio 16”;
Faróis full LED com DRL, ajuste de altura, acendimento automático, Follow me Home;
Lanterna traseira full LED;
Lanterna traseira de neblina;
Brake-Light elevado;
Desembaçador traseiro;
Vidros elétricos nas 4 portas com one touch e antiesmagamento para motorista;
Retrovisores elétricos com aquecimento e rebatimento manual.
INTERIOR
Volante multifuncional;
Quadro de instrumentos LCD 7”;
Carregamento de smartphone por indução;
Apoio de braço central dianteiro;
Tomada 12V;
2 entradas USB dianteiras (1 tipo A e 1 tipo C);
Banco do motorista com ajustes elétricos;
ISOFIX;
Central multimídia ICS BYD 10,1” flutuante e com rotação elétrica (4 alto-falantes, rádio AM e FM, GPS integrado, comandos por voz, espelhamento Android Auto, aplicativo BYD para avisos de revisões e dados do veículo, conexão 4G, câmera de ré);
Ar condicionado automático digital;
Freio de estacionamento eletrônico com Auto Hold.
SEGURANÇA E CONFORTO
Chave presencial e acesso por cartão NFC;
Assistente de frenagem;
Controle de descida;
Controles de tração e estabilidade;
Freios ABS com EBD e sistema de recuperação de energia;
Assistente de partida em rampa;
Controlador de velocidade automático;
Sensores de estacionamento traseiro;
Sensores de pressão dos pneus;
6 airbags (2 frontais, 2 laterais e 2 de cortina);
Alerta de uso do cinto de segurança para todos os ocupantes;
Modos de condução NORMAL, ECO, SPORT e NEVE;
Direção de assistência elétrica com ajustes de altura e profundidade.
Em resumo, o BYD Dolphin Mini já faz sucesso de vendas na categoria dos elétricos, por ser um veículo que entrega um bom nível de tecnologia embarcada, com um baixo custo de recarga, e relativo baixo custo de aquisição, frente aos seus principais concorrentes.
Em dimensões, é um veículo compacto, entre um Renault Kwid e um Fiat Argo, com espaço interno traseiro e largura bem semelhantes à este último, sendo uma excelente opção para encarar um trânsito urbano mais pesado (sem falar no conforto ao rodar e baixíssimo ruído emitido). Agora, com opção de levar 5 ocupantes, fica mais adequado às exigências do nosso mercado, mesmo sendo necessário pagar um pouco mais por essa configuração.
Outro ponto negativo que foi corrigido é a disponibilidade de pneus para reposição, que antes eram impossíveis de encontrar, devido às suas medidas 175/55 R16, nada convencionais. Hoje em dia, já se vê anunciado em vários Marketplaces, partindo de valores próximos dos R$ 410 por unidade, geralmente fornecidos pela Linglong, no modelo Green Max EP100, de baixa resistência ao rolamento e menor emissão de ruído, desenvolvido especialmente para veículos elétricos.
Além disso, um dos principais atrativos é a possibilidade de alíquotas bem reduzidas de IPVA, dependendo do Estado em que for emplacado, o que pode fazer uma boa diferença nos custos anuais para manter um veículo elétrico.
No entanto, vale ressaltar que o BYD Dolphin Mini possui um vão livre mínimo do solo de apenas 110 mm (um Chevrolet Onix tem 127 mm), o que está longe de ser o ideal para a maior parte das nossas ruas e estradas, sem falar no minúsculo porta-malas de 230 litros de capacidade, no qual suas bagagens sempre vão disputar espaço com o carregador de emergência de baixa potência, geralmente disponibilizado pela montadora. A capacidade de carga útil de 329 kg também é considerada baixa, mesmo se tratando de um veículo compacto.
Infelizmente, o BYD Dolphin Mini ainda não foi avaliado pelos testes de segurança mais renomados mundialmente, como o LatinNCAP, o EuroNCAP ou NHTSA, sendo difícil estimar como o modelo se sairia em caso de colisão.
Além disso, alguns detalhes devem ser observados antes de comprar qualquer veículo 100% elétrico, como a disponibilidade e viabilidade de instalar uma tomada de carregamento rápido em sua casa ou prédio, além da imprevisibilidade de se encontrar pontos de carregamento na estrada (caso necessite viajar com o carro), uma vez que são poucos os lugares onde estes estão disponíveis, sem falar no futuro do mercado para esses carros.
Sobre a sua depreciação, de acordo com a Tabela FIPE, um Dolphin Mini usado, ano/modelo 2024, está avaliado em R$ 100.926,00, enquanto um modelo 2025, também usado, está por R$ 107.696,00. Comparando com seu valor de hoje, 0 km, que é de R$ 120.800,00, em um ano de uso, a queda é de 16,45%, sendo que, só o fato de comprar o modelo, nos primeiros quilômetros de uso, a queda já representa 10,85%.
À título de comparativo, nas mesmas condições, um Volkswagen Polo Highline 1.0 TSI automático, 0 km, está avaliado pela FIPE em R$ 121.557,00. Um usado, ano/modelo 2024, em R$ 102.381,00; enquanto um usado 2025, em R$ 110.471,00, sendo 15,77% de depreciação em um ano, e 9,12% já após os primeiros dias de uso.
Concluindo que sim, mesmo o volume de vendas do BYD sendo menor, e desconsiderando a inflação no período, o Dolphin Mini teve uma depreciação bem semelhante à um dos compactos mais vendidos do nosso mercado. Não quer dizer que seja tão fácil de revender quanto o Polo, mas pelo menos não caiu tanto de preço como se dizia há pouco tempo atrás. Mas ainda assim, é necessário cautela.
Como será a revenda de um Dolphin Mini quando tiverem seus 5 anos de uso ou 100 mil km rodados? Quanto um carro desse vai depreciar ao longo desse tempo? Vamos encontrar peças de reposição com facilidade e fora da concessionária, por preços condizentes com o valor do bem?
São perguntas para serem respondidas com mais propriedade daqui um tempo, mas enquanto isso, ME DIGA VOCÊ: compraria um BYD Dolphin Mini ou algum outro carro elétrico agora, ou acha que ainda não é o momento?
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