Com os carros elétricos cada vez mais populares no nosso mercado, venho trazer um levantamento completo sobre todos os custos para adquirir e manter um BYD Dolphin 310EV 2024, um dos mais populares e vendidos no segmento, atualmente.
Custos de compra e emplacamento
Preço no site BYD - R$ 179.800,00 (10/06/2024)
Preço FIPE, junho/2024 (Código FIPE 095009-2) - R$ 185.800,00
Tarifa primeiro emplacamento - R$ 258,71 (Detran MG)
Placas Mercosul - R$ 300,00 (preços médios em MG)
IPVA (no ato do emplacamento, 4% MG) - R$ 7.432,00 (Isento só se tiver sido fabricado em MG) Emplacando em junho/2024, o IPVA deste ano será proporcional aos meses que faltam - R$ 7.432,00/12*7 = R$ 4.335,33
Taxa de licenciamento (no ato do emplacamento) - R$ 39,36 (Detran MG)
Seguro (estimativa média de 5% do valor da tabela FIPE) - R$ 9.290,00
Dessa forma, o custo total no ato da compra engloba o preço praticado no site da montadora, acrescido da tarifa de primeiro emplacamento, placas Mercosul, IPVA proporcional, Taxa de licenciamento e um possível seguro, dá o valor de R$ 194.023,40.
Custos anuais - Documentação
Para manter um veículo desse totalmente regularizado para rodas nas ruas, é necessário pagar as taxas de IPVA (lembrando que em alguns estados, os veículos elétricos são isentos) e licenciamento, mas aqui também vamos considerar o seguro, uma vez que se trata de uma despesa anual.
Os valores que já foram definidos anteriormente (e agora, considerando o valor integral do IPVA), somam uma despesa total anual de R$ 16.761,36, ou R$ 1.396,78 por mês, que você deve separar no seu orçamento, para não ter sustos.
Custos de revisão e garantia
A BYD oferece para os proprietários do Dolphin, a garantia de 5 anos ou 500.000 km para uso particular, ou 2 anos ou 100.000 km para uso comercial.
O manual de manutenção e garantia do Dolphin Plus ainda prevê algumas condições especiais de garantia, para componentes específicos, como segue abaixo:
Bateria de tração: 8 anos (uso particular), ou 5 anos ou 150 mil km (uso comercial);
Motor elétrico de tração, chassis (caixa de redução, diferencial e estrutura inferior), sistemas de alta e baixa tensão: 5 anos ou 500 mil km (uso particular), ou 2 anos ou 100 mil km (uso comercial);
Corrosão: 5 anos ou 500 mil km (independente das condições de uso);
Tomada de recarga e carregador: 1 ano (independente das condições de uso).
Conforme a montadora, o plano de manutenção prevê que as revisões devam ser feitas a cada 20 mil km ou 1 ano, o que ocorrer primeiro, e os valores de cada revisão já estão definidos conforme tabela abaixo.
Dessa forma, precisamos considerar pelos menos dois cenários de uso de um veículos desses, para calcular quais seriam os custos com manutenção, ao longo do período de garantia:
CENÁRIO 1: uso particular (garantia 5 anos) - máximo 20 mil km rodados por ano, 1 revisão por ano, usando os 5 anos de garantia:
Total 5 anos: R$ 3.320,00, ou média de R$ 664,00/ano, ou média de R$ 55,33/mês
CENÁRIO 2: uso comercial (garantia 2 anos) - máximo de 40 mil km rodados por ano, 2 revisões por ano, fazendo as 4 primeiras revisões em concessionária:
Total 2 anos: R$ 2.920,00, ou média de R$ 1.460,00/ano, ou média de R$ 121,66/mês
Custos de energia e carregadores
Existem 3 formas de entrada de energia no BYD Dolphin:
Carregamento por corrente alternada - pode ser feito por uma Wallbox, com capacidade para 7,0 KW (conforme fabricante), com conector tipo 2;
Carregamento por corrente contínua - existem no mercado carregadores que podem chegar uma capacidade de 80 KW, o que garante um tempo de recarga de 30 a 80% da bateria em 30 minutos, aproximadamente, conforme fabricante, através do conector CSS 2;
Freios regenerativos - sistema de recuperação de energia em momento de frenagem ou descidas, que são momentos em que o motor passa a funcionar como um gerador, sendo movido pela própria energia cinética do veículo em movimento para recarregar as baterias.
Sobre a bateria do Dolphin, é do tipo Blade ou LFP (Íon de Lítio), mais modernas e baratas, que apresentam ciclos de recarga mais eficientes, porém ainda são de estado líquido e não são as melhores em densidade energética, o que implica em um peso e volume maiores para se ter uma autonomia satisfatória, por isso, sua capacidade total é de 60,48 KWh.
A autonomia fica em 330 km considerando o sistema PBEV, o programa de etiquetagem veicular brasileiro, do Inmetro, que é uma normativa desenvolvida para exclusivamente para o nosso mercado, sendo assim um teste mais realista considerando o nosso tipo de relevo, estradas, trânsito,etc., mas que pode indicar um valor mais baixo que em outros mercados, como o americano ou o europeu.
Sendo assim o consumo médio calculado, considerando a autonomia declarada e capacidade total da bateria é de 5,46 km/KWh ou 18,33 KWh/100 km, claro, podendo variar de acordo com velocidade, trajeto, modo de guiar, etc.
À título de comparativo, conforme a etiqueta do Inmetro do Dolphin Plus, que é classificado como “A” (a classe de melhor eficiência energética), este tem um consumo equivalente a um veículo com motor à combustão que faz 42,1 km/l em cidade, e 36,8 km/l em estrada, sendo muito econômico, de fato.
Para calcularmos o custo por quilômetro rodado, precisamos ter uma média do custo da energia, obtido do site da CEMIG, em 10/06/2024, considerando uma instalação residencial e bandeira verde, com um valor de R$ 0,79969/KWh, podendo este valor, também variar, de acordo com a época do ano e vários outros fatores.
Considerando a já citada, bateria de 60,48 KWh, o custo total de uma recarga completa é de R$ 48,36.
Já o custo total do quilômetro rodado (custo total da recarga / autonomia) é de R$ 0,15, o que é bem mais barato que a média geral para carros à combustão, que fica entre R$ 0,30 e 0,40 por km rodado.
Dessa forma, se você roda uma média de 1000 km/mês, por exemplo, você vai gastar R$ 146,56 por mês com energia.
Mas temos que lembrar do custo dos carregadores, que podem ser variados. Por exemplo, um Wallbox de 32A e 7,5 KWh, é encontrada na internet por preços médios de R$ 4.473,00 (claro, podendo sofrer variações de acordo com época, loja, fabricante, e vários outros).
Imaginando que você fique com um veículo desse por todo o seu período de garantia, que é de 5 anos (ou 60 meses), um carregador desse preço, dá um custo médio mensal de R$ 74,55 (sem contar custos de instalação).
Dessa forma, o custo total médio mensal de energia e carregador para rodar 1000 km por mês fica em R$ 221,11.
Em resumo, o BYD Dolphin Plus pode ser sim, uma boa escolha de veículo elétrico para usar no dia-a-dia, principalmente se você mora em capitais ou cidades maiores, em que esse tipo de veículo se sai muito bem na economia de energia, ao praticamente zerar o seu consumo quando se pára em um engarrafamento.
Além disso, essa versão Plus pode ser um upgrade interessante em relação à sua versão de entrada. Pagando uma diferença de, em torno de R$ 35 mil, você terá uma bateria de maior capacidade (60,48 contra 44,9 KWh), motor de melhor desempenho (95 contra 204 cv de potência, 180 contra 310 Nm de torque), além de um sistema mais avançado de assistentes de condução, carregador de celular por indução, controlador de valocidade adaptativo e assistente de ponto cego.
Também existe o benefício da isenção de IPVA dependendo de onde você mora, bem como o baixíssimo custo do quilômetro rodado, o que pode ser ótimo para um uso mais intenso, principalmente em circuito majoritariamente urbano.
No entanto, alguns detalhes devem ser observados antes de comprar qualquer veículo 100% elétrico, como a disponibilidade e viabilidade de instalar uma tomada de carregamento rápido em sua casa ou prédio, além da imprevisibilidade de se encontrar pontos de carregamento na estrada (caso necessite viajar com o carro), uma vez que são poucos os lugares onde estes estão disponíveis, sem falar no futuro do mercado para esses carros.
Como será a revenda quando tiverem seus 5 anos de uso ou 100 mil km rodados ou mais? Vamos encontrar peças de reposição com facilidade e fora da concessionária? Quanto um carro desse vai depreciar ao longo dos anos?
São perguntas para serem respondidas com mais propriedade daqui um tempo, mas enquanto isso, ME DIGA VOCÊ: compraria um BYD Dolphin Plus ou algum outro carro elétrico agora, ou acha que ainda não é o momento?
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