O mercado de carros usados é muito dinâmico, enquanto alguns modelos são muito bem aceitos de fácil comercialização, outros podem se tornar verdadeiras "dores de cabeça" para os donos, seja por algum defeito crônico de fábrica, característica de projeto, ou até mesmo má reputação de algum outro modelo semelhante, ou até mesmo da montadora como um todo.
Para te ajudar a evitar esses transtornos, fiz este guia completo de TOP 10 modelos de veículos não recomendáveis, para você passar longe quando for olhar para comprar.
1 - Peugeot e Citroen com câmbio AL4
Qualquer um com câmbio automático de 4 marchas, AL4, AT8, etc., que vieram equipando versões dos Peugeot 206, 207, 307, 406 e 407, bem como os Citroen C3, C4, C5 e Picasso, conhecido por sua concepção mais antiga e de baixa durabilidade.
Não dá pra negar que hoje em dia está um pouco mais fácil e barato reparar este tipo de transmissão, que é bem compacta, porém a questão da baixa durabilidade, em muitos casos, está relacionada à negligência dos donos anteriores quanto à troca do fluido do câmbio no prazo correto.
Mas pra você que já tem um carro com esse câmbio, uma boa notícia é que, como este já está no mercado há um bom tempo, já foram desenvolvidas soluções bem interessantes, que são de fato, “upgrades”, para que estes conjuntos tenham uma maior vida útil.
Dessa forma, embuchamentos, luvas e rolamentos, já são encontrados no mercado com um padrão de fabricação e durabilidade superiores aos originais, deixando esse câmbio até mesmo melhor que antes de apresentar defeitos.
2 - Renault com câmbios AL4 ou EasyR
Eu evitaria qualquer um com o câmbio automatizado EasyR, presente em Sandero e Logan mais antigos, assim como também os equipados com câmbio automático de 4 marchas, como Megane, Duster e Oroch, que se trata da mesma linha AL4, citado anteriormente.
3 - Lifan
O grande problema é que a Lifan possui baixíssima participação no nosso mercado, o que já causa uma maior dificuldade de encontrar peças de reposição, sem falar que a maioria dos carros da marca tem fama de oferecer uma manutenção mais complicada. Dessa forma, a liquidez é ruim, e o índice de desvalorização é bem maior que os seus concorrentes na mesma categoria.
4 - Jac Motors
Começando pelo J3, apesar de ter vindo com uma forte campanha de marketing na época do seu lançamento, focada no custo-benefício, existem hoje muitos relatos de baixa qualidade do acabamento, maçanetas, puxadores de porta, baixa qualidade da pintura, sem falar que também é um carro que vendeu pouco, comparado aos concorrentes.
Sendo assim, é pouca a oferta de peças de reposição no mercado, o que exige, em alguns casos, adaptar peças de outros carros.
Isso, a longo prazo, pode ser ainda pior e mais difícil de manter um carro desse, sem falar na dificuldade de revenda. Não à toa, hoje encontra-se vários anunciados por preços bem interessantes e tentadores, mas é claro que existe um motivo para isso.
5 - Chery
Destaco aqui o modelo QQ, estruturalmente frágil, equipado com um motor não muito confiável, de acabamento interno ruim, e com alta dificuldade de encontrar peças de reposição em lojas físicas. Nem preciso dizer que a revenda vai ser bem difícil
6 - Honda Fit CVT
Recomendo evitar os Fit de primeira geração (2005 a 2008) com câmbio CVT, pois apesar de ter uma proposta boa e inovadora para a época, com um conjunto mais eficiente para um carro urbano e versátil, tem o seu acoplamento feito ao motor por embreagem monodisco à seco.
Numa tentativa de reduzir os custos, pode não ter sido a melhor decisão, pois os maiores relatos de defeitos são justamente nesse componente, que apresenta desgaste prematuro, ocasionado muitas vezes por mau uso, principalmente ao parar este carro em uma subida e ficar segurando no freio com a alavanca em “D” (situação mais comum do que se pensa).
Se isso ocorrer, você vai perceber a característica patinação e demora nas arrancadas e em retomadas rápidas de velocidade.
7 - Mitsubishi Outlander V6
Evite as Outlander equipadas com motor 3.0 V6, que apresentam vários relatos de quebra de biela, que inclusive podem chegar a “estourar” o bloco do motor.
Um problema que está relacionado ao travamento dos bicos injetores de forma repentina, quando se exige mais desempenho, em uma ultrapassagem, por exemplo.
Geralmente, esse travamento se dá por falha nos anéis de vedação desses bicos, que podem sofrer desgaste prematuro e causar o travamento aberto desses bicos.
Nem preciso dizer que o prejuízo é alto, então recomendo evitar, apesar de ser um baita carro.
Mas também vale ressaltar que existe um recall aberto pela Mitsubishi, para a troca desses bicos injetores, que envolve as unidades fabricadas de 2013 a 2021.
8 - Chevrolet Sonic
O Sonic foi um veículo que teve pouco tempo de linha no mercado, por isso hoje apresenta baixa oferta de peças de reposição de acabamento, bem como para o seu motor 1.6 16v Ecotec, o qual não é compartilhado com nenhum outro modelo da montadora aqui no Brasil.
Além disso, o câmbio automático GF6 pode quebrar uma peça interna chamada de "anel-mola", que exige um custo alto de mão-de-obra para a sua substituição, se tornando um carro desvalorizado e de ruim revenda.
Esse defeito no câmbio também atingiu o Cruze, principalmente de 2012 a 2014, sendo corrigido nos 2015 em diante.
9 - Fiat Siena 6 marchas com motor 1.0
Evite os Siena de primeira geração, equipados com motor 1.0 e câmbio manual de 6 marchas, que é de relações alongadas demais para um carro pesado e com um motor de baixo desempenho, ainda mais se tiver com passageiros e bagagens.
A sua fama logo se espalhou na época e esta versão específica do Siena se tornou muito desvalorizado no mercado, sendo bem difícil de revender.
10 - Ford Supercharger
Antigos modelos equipados com o motor 1.0 supercharger, que nada mais é que um turbo compressor mecânico, que não entregava um bom desempenho, dava muitos problemas de quebras, ruídos excessivos e equipado com componentes que hoje são caros e difíceis de substituir.
É um tipo de solução mecânica que não deu muito certo e caiu rápido no esquecimento das montadoras, o que desvalorizou muito os carros equipados com esse tipo de sistema, como é o caso do Ecosport de primeira geração e Fiesta de 2002 a 2006.
Bônus - Volkswagen com câmbio 01M
Bora 2.0 até 2007, Golf 2.0 até 2007, equipados com câmbio 01M, automático convencional 4 marchas, que é uma transmissão de trocas bem suaves, de bom escalonamento de marchas, apesar de ter apenas 4, criando um comportamento muito bom em qualquer regime de rotação, porém existem algumas particularidades mecânicas nesse sistema.
O diferencial utiliza um fluido específico, diferente do câmbio, e que se não respeitado, pode levar a danos irreversíveis nesse componente.
Além disso, é comum apresentar defeitos na bomba do fluido principal, bem como superaquecimento generalizado, mesmo sendo um câmbio equipado com trocador de calor; assim como pode ocorrer desgaste de corpo de válvulas, falhas no próprio trocador de calor e no gerenciamento eletrônico.
É uma transmissão de construção relativamente complexa, e um possível reparo é sempre bem caro, demorado e trabalhoso de ser feito.
Resumindo, é um câmbio não muito confiável, e que pode te dar dor de cabeça com certa facilidade.
Mas me diga você, ficou faltando algum outro modelo de veículo NÃO RECOMENDÁVEL?
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