O Hyundai HB20 foi o divisor de águas para a montadora aumentar consideravelmente a sua participação no nosso mercado, uma vez que já fez expressivo sucesso, desde o seu lançamento, em 2013, e hoje, como usado, disputa sua atenção na categoria dos hatch compactos, ao lado de Chevrolet Onix, VW Gol, Fiat Palio, Peugeot 208, Renault Sandero e vários outros.
DESIGN
Começando pela dianteira, o HB20 possui linhas bem arrojadas, que ainda são bem atuais. A identidade visual da marca é bem nítida, e lembra bastante seus primos maiores, como o I30 de segunda geração, e o Elantra de quinta geração.
No HB20, os faróis são de foco simples, e são alvo de várias reclamações de proprietários, que alegam uma baixa potência de iluminação.
Nessa versão Comfort Style, já vem equipado de série com os faróis dianteiros de neblina, que ajudam a complementar um pouco esse ponto negativo.
Na parte lateral, essa versão vem equipada com rodas de liga leve (ausentes na unidade avaliada), calçadas com pneus 175/70R14, que não ajudam muito na estabilidade em curvas de alta velocidade, sendo mais focados numa menor resistência à rolagem e consumo de combustível.
O estepe é de uso temporário, com medidas 125/80/R15.
O vão livre mínimo do solo é de 165 milímetros, o que permite vencer qualquer lombada mais alta sem raspar o fundo desse veículo, sendo um dos mais altos da categoria, próximo aos 163 milímetros do Gol.
A linha de cintura (aresta inferior das janelas laterais) é ascendente, mas ainda preserva uma boa área envidraçada, o que favorece quando se precisa observar o que acontece ao redor, e diminui e sensação de interior compacto.
Não dá pra negar que a traseira desse veículo se assemelha bastante à do I30 de segunda geração (ou será que é o contrário?), o que é um ótimo ponto positivo, conservando aquele design de linhas bem arrojadas que observamos na dianteira.
Vem equipado também de série nesta versão, com limpador e desembaçador traseiro, além da terceira luz de freio elevada (o sensor de estacionamento traseiro que aparece nas fotos, foi instalado à parte em algum momento, uma vez que não estava disponível neste ano/modelo do HB20).
PORTA-MALAS
A capacidade para bagagens no compartimento traseiro é de 300 litros (menor apenas que o do Sandero, com 320), e o banco traseiro é rebatível, porém sem opção bipartido.
Mas ainda assim, duas a três pessoas conseguem levar suas malas com certa tranquilidade, uma vez que se trata de um compartimento com o seu interior todo forrado, e equipado com iluminação, o que facilita bastante durante à noite.
CONSUMO E AUTONOMIA
O Hyundai HB20 pode ser abastecido com etanol e/ou gasolina, e o seu tanque de combustível tem capacidade para 50 litros, o que é um valor médio comparado com seus principais concorrentes.
Os dados oficiais de consumo e autonomia seguem abaixo:
Consumo médio em cidade: 7,6 / 11,5 km/l (etanol / gasolina)
Consumo médio em estrada: 9,8 / 14,5 km/l (etanol / gasolina)
Autonomia média em cidade: 380 / 575 km (etanol / gasolina)
Autonomia média em estrada: 490 / 725 km (etanol / gasolina)
Eu diria que são números muito bons, se tratando de um carro leve, de 953 quilos, o que indica que o motor é muito eficiente, mas vamos falar de conjunto mecânico um pouco mais à frente nesse artigo.
Lembrando que, na prática, dependendo da sua forma de guiar, trajeto e trânsito, é possível obter médias de consumo ainda melhores que as oficiais, ou seja, nessas condições, a autonomia também fica favorecida.
INTERIOR
Começando pelo acabamento interno, em sua maioria é composto por plástico duro, porém de boa qualidade e encaixes entre as peças, não apresentando ruídos incômodos ao passar por ruas e estradas não tão bem pavimentadas, mesmo se tratando de uma unidade avaliada com seus mais de 100 mil km rodados.
Nas portas dianteiras ainda encontra-se uma boa parte de sua área revestida em tecido, porém o mesmo não ocorre nas portas traseiras, 100% revestidas por plástico, indicando uma redução de custos nesse quesito.
O quadro de instrumentos é completo, com conta-giros, velocímetro e indicadores de temperatura do líquido de arrefecimento e nível de combustível, sendo que este último, é comum passar por problemas, relacionados à falhas recorrentes na bóia do tanque.
Além disso, essa versão Comfort Style vem equipada de série com:
Direção hidráulica com ajuste de altura e profundidade
Vidro elétrico nas 4 portas com one touch apenas para o motorista
Travas elétricas das portas e porta-malas
Abertura mecânica interna da tampa do tanque de combustível
Retrovisores externos com ajustes elétricos e repetidores de seta
Chave canivete com telecomando para alarme
Rodas de liga leve 14"
Ar condicionado e ar quente
Computador de bordo
Banco do motorista com ajuste de altura
Cintos de segurança dianteiros com ajustes de altura
duplo Airbags frontais
Freios ABS
Cinto de 3 pontos e apoio de cabeça para 4 ocupantes
ISOFIX
Limpador e desembaçador traseiro
Faróis dianteiros de neblina
Rádio AM, FM, com leitores de CD, USB e auxiliar P2
Volante multifuncional
Atenção com este sistema de som, que só passou a ter conexão Bluetooth de 2014 em diante, mas ainda assim, é um carro até bem equipado para a sua categoria e ano de fabricação, frente à vários concorrentes que entregavam vários destes itens apenas em pacotes opcionais, pagos à parte.
Além disso, não faltam porta-objetos, tanto nas portas, em que é possível levar até mesmo uma garrafa grande; quanto no console central, com porta-copos próximo à alavanca do freio de mão, e uma solução bem interessante de compartimento à frente da alavanca de marchas, com tampa retrátil (que também abriga as conexões para o sistema de som e a tomada 12V).
Em espaço interno traseiro, não se pode esperar muito de um hatch compacto com uma distância entre-eixos e largura de 2,50 e 1,68 metros, respectivamente, ficando num meio termo entre o espaçoso Sandero, e os apertados Gol e Palio.
Os bancos são relativamente confortáveis, e a altura de 1,47 metros do Hyundai, não incomodou muito este que vos fala, com seus 1,85 metros de altura.
Ponto positivo também para as alças de teto retráteis, o túnel central raso, a luz de teto traseira adicional e os pontos de ancoragem ISOFIX, para você travar uma cadeirinha de criança com toda a segurança possível, mas ponto negativo para a falta de cinto de 3 pontos e apoio de cabeça para quem vai no meio do banco traseiro.
CONJUNTO MECÂNICO E IMPRESSÕES AO VOLANTE
O motor dessa unidade em análise, é um 3 cilindros da linha Kappa, com deslocamento de 998 centímetros cúbicos, ou arredondando, 1.0, com duplo comando de válvulas no cabeçote, sincronizados por corrente e variador de fase para a admissão.
Um dos propulsores de 3 cilindros mais confiáveis que temos no nosso mercado, de aspiração natural e injeção multiponto de combustível, de baixa pressão, o que favorece bastante nos custos de manutenção, quando necessário.
Sem maiores relatos de defeitos crônicos, a não ser por queimas frequentes das bobinas de ignição individuais, este motor entrega uma potência variando de 75 a 80 cv à 6200 RPM, com um torque máximo de 9,4 a 10,2 kgfm à 4500 RPM, dependendo do combustível utilizado ou a proporção entre a mistura de ambos.
Combinado com o câmbio manual de 5 marchas de engates bem precisos, é um veículo bem esperto já em baixos giros, exigindo esticar as marchas apenas quando se necessita de desempenho total (mas claro que está longe do ótimo desempenho das versões com motor 1.6).
Mas durante boa parte do trajeto em que foi realizado o teste, foi possível manter velocidade sem muito esforço do motor, o que favoreceu o alcance de médias de consumo bem acima das oficiais citadas acima, como você pode conferir no vídeo completo ao final deste artigo.
A suspensão Mc. Pherson na dianteira e eixo de torção na traseira, apresentam um bom equilíbrio entre conforto e estabilidade, mas os relatos de batida de fim de curso na traseira, são constantes.
Os freios à disco ventilado na dianteira e tambor na traseira, são bem dimensionados para parar com segurança um veículo que pesa menos de 1000 quilos, em ordem de marcha, e estão acima de qualquer reclamação.
PREÇO E CONCORRENTES
Cotação: abril/2024 - Tabela FIPE (usados)
Hyundai HB20 Comfort Style 1.0 12v flex manual 2013 - Código: 015088-6
R$ 39.215,00
VW Gol 1.0 8v flex manual 4p 2013 - Código FIPE: 005275-2
R$ 31.413,00
Chevrolet Onix LT 1.0 8v flex manual 2013 - Código FIPE: 004424-5
R$ 40.219,00
Fiat Palio Attractive 1.0 8v flex manual 4p 2013 - Código FIPE: 001372-2
R$ 32.511,00
Peugeot 208 Active 1.5 8v flex manual 2013 - Código FIPE: 024194-6
R$ 34.031,00
Ford Fiesta 1.6 16v flex manual 2013 - Código FIPE: 003387-1
R$ 32.530,00
Renault Sandero Expression 1.0 16v flex manual 2013 - Código FIPE: 025143-7
R$ 29.939,00
Em resumo, HB20 de primeira geração e indicado para você que busca um veículo compacto, econômico, com um motor confiável, e de boa facilidade de revenda, que cai pouco de preço ao longo dos anos e frente aos seus principais concorrentes.
No entanto, você deve estar disposto a pagar um pouco mais caro para isso, e ter um modelo que inclusive foi mal avaliado no teste de colisão LatinNCAP de sua época, sem falar no menor nível de conectividade do sistema de som, quando se compara com outros da categoria.
Mas e você? COMPRARIA um HYUNDAI HB20 2013?
COMENTE ABAIXO!!!
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