
A cor do óleo do motor, verificada através da vareta de medição, é um indicador vital para avaliar a saúde do propulsor.
Em condições normais, o óleo novo apresenta uma tonalidade âmbar claro ou dourado, com textura fluida e brilho característico. À medida que circula pelo motor, ele escurece gradualmente devido à oxidação térmica, acumulando partículas de carbono, resíduos de combustão e microrresíduos metálicos. Esse escurecimento é natural, desde que ocorra de forma homogênea e sem alterações abruptas na viscosidade. Um óleo usado, porém funcional, mantém uma coloração marrom escuro uniforme, sem presença de grumos ou sedimentos.
Se a vareta revelar uma tonalidade preta intensa e aspecto viscoso, é sinal de que o óleo está saturado de contaminantes, como fuligem ou borra, comprometendo sua capacidade de lubrificação. Isso ocorre frequentemente em motores com intervalos de troca prolongados ou em veículos submetidos a trajetos urbanos curtos, onde o óleo não atinge temperatura ideal para evaporar impurezas. Em casos extremos, o acúmulo de resíduos pode obstruir passagens críticas, como galerias de lubrificação, elevando o risco de desgaste prematuro de componentes.

Uma coloração esbranquiçada ou leitosa, semelhante a uma emulsão, indica contaminação por água ou líquido de arrefecimento. Essa condição geralmente está associada a vazamentos internos, como junta do cabeçote comprometida, trincas no bloco ou corrosão no cárter. A emulsão reduz drasticamente a viscosidade do óleo, prejudicando a formação do filme lubrificante e acelerando a oxidação de metais. Em motores turboalimentados, esse cenário pode danificar os mancais do turbo, devido à perda de propriedades lubrificantes.
A presença de partículas metálicas brilhantes ou fibras no óleo é um alerta para desgaste severo em componentes como bronzinas, pistões ou engrenagens. Já manchas avermelhadas podem sugerir contaminação por aditivos de radiador ou combustível, especialmente em motores com injeção direta, onde a diluição por gasolina é mais comum.

A análise periódica da vareta deve ser complementada com verificações do nível e da consistência do óleo. Um odor forte de combustível ou textura excessivamente fina reforçam suspeitas de contaminação. Para evitar diagnósticos equivocados, é essencial seguir as especificações do fabricante quanto ao tipo de óleo e intervalos de troca. Em motores modernos, que operam sob maior estresse térmico, o uso de óleos sintéticos de alta resistência à degradação minimiza riscos, mas não substitui a inspeção visual regular.
A cor do óleo, portanto, funciona como um termômetro preventivo, capaz de antecipar falhas catastróficas quando interpretada com critério técnico.
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