Saber a temperatura de trabalho correta do motor do seu carro, é muito importante para entender como é que ele se comporta nas mais variadas situações de condução, e também para tomar uma medida rápida de segurança, caso o motor entre em uma condição de superaquecimento.
Dito isso, sabemos como é imprescindível ter um marcador de temperatura do líquido de arrefecimento do motor, seja em forma de ponteiro analógico, gráfico digital de barras, ou até mesmo em forma de número, facilmente acessível pelo quadro de instrumentos do veículo.
Todo motor de combustão interna, trabalha em uma faixa ideal de temperatura, sendo que, mais especificamente no motor EA111 1.6 Volkswagen, objeto de estudo deste artigo, esta fica compreendida entre 79 e 84 ºC, quando se está na estrada, à uma velocidade suficiente para produzir um bom fluxo de ar para o radiador.
E a responsável por manter a temperatura dentro dessa faixa, é a válvula termostática, que por ação de uma mola devidamente calibrada, permanece totalmente fechada abaixo dos 79 ºC. Dessa forma, o líquido pára de circular, o que faz o motor chegar nessa temperatura o mais rápido possível, a fim de reduzir o tempo de "fase fria", que é quando o consumo de combustível e emissão de poluentes estão em níveis mais elevados.
Uma vez acima dos 79 ºC, a mola fixada à válvula começa a se dilatar, permitindo a passagem do fluxo, e aos 84 ºC, ela está totalmente aberta. Nessa hora, o líquido de arrefecimento passa pelo radiador e volta para o motor, retirando calor e baixando novamente a temperatura para os 79 ºC, mantendo este ciclo enquanto a velocidade na estrada é mantida.
Uma vez que a velocidade é reduzida (quando se chega dentro da cidade, por exemplo), o fluxo de ar já não é mais suficiente para refrigerar o motor, sendo necessário o acionamento de uma ventilação forçada, pelo eletroventilador, acoplado ao radiador.
Vale ressaltar que, o eletroventilador possui duas velocidades de acionamento, sendo a primeira por volta dos 89 ºC (ou em caso de acionamento do ar condicionado, este também já é ligado, automaticamente, na primeira velocidade), e a segunda, mais rápida, aproximadamente aos 100 ºC.
Isso mesmo, na cidade, momento de baixas velocidades e muito "anda-e-pára", a estratégia é funcionar a uma temperatura mais elevada (ainda segura), para reduzir o consumo de combustível e emissão de poluentes.
Conhecendo este funcionamento, agora podemos falar dos medidores de temperatura, que até certa ocasião, indicavam todas essas variações no quadro de instrumentos, sendo normal ficarem em uma região inferior da escala quando em estrada, e mais acima quando em trânsito mais intenso.
Dessa forma, era mais fácil perceber qualquer funcionamento anormal, mas também podia induzir ao erro, vários motoristas que não compreendiam este funcionamento, o que motivava várias idas à oficina (ou à concessionária) sem necessidade, uma vez que pensavam que havia algum problema com os seus carros.
Por essas e outras razões, é que várias montadoras começaram até mesmo, a tirar este recurso dos painéis de seus carros, enquanto que outras, encontraram uma solução, digamos, mais engenhosa.
Foi o caso da Volkswagen, que começou a calibrar os ponteiros para sempre ficarem apontados para a marcação de 90 ºC, mesmo com todas as variações acontecendo no motor. Dessa forma, seus clientes acreditavam que estava tudo bem (e de fato, estava) e não se preocupavam mais com aquele indicador.
Caso o motor entrasse em uma condição de superaquecimento, aí sim, o ponteiro passaria dos 90, informando ao motorista a necessidade de verificar o que está acontecendo, assim como também, em temperaturas inferiores aos 75 ºC (pouco antes do ponto de abertura inicial da válvula termostática), o ponteiro também varia sua posição, para indicar que o motor está abaixo da faixa ideal de temperatura.
Pode-se observar este comportamento em vários modelos, como a partir da quarta geração da linha Golf/Bora e Polo/Polo Sedan, terceira geração de Gol/Parati/Saveiro, bem como em todos da linha Fox/Spacefox produzidos.
Podemos também citar o exemplo da Chevrolet, que usa uma calibragem diferente para as linhas Vectra/Vectra hatch de terceira geração, Astra/Astra Sedan, Corsa/Corsa Sedan, Classic, Celta e Prisma de primeira geração, que mantém o ponteiro próximo a 1/4 da escala (neste caso, sem indicações numéricas) na estrada, podendo chegar próximo à metade do percurso total, em situações de trânsito mais intenso.
Cada montadora tem sua forma de fazer essa calibração, sendo algumas mais "agressivas", outras mais sutis, sendo que em alguns casos, estes indicadores analógicos, foram sendo substituídos por digitais (ainda menos precisos), ou até mesmo suprimidos, dando lugar à uma luz indicadora, que acende na cor azul para informar uma baixa temperatura, e vermelha para superaquecimento.
Dessa forma, em condições normais, nenhuma informação é mostrada, o que acabou incomodando muitos motoristas, pelo fato de, em caso de superaquecimento, a luz indicadora só acenderia em uma condição quase que de iminente dano ao motor.
Claro que, as montadoras têm atenção para isso, e existe sim um certo "tempo de segurança", entre o ato de acender a indicação vermelha no quadro de instrumentos, e a condição de superaquecimento do motor, de fato. Mas é necessário que o motorista esteja mais atento para fazer a parada segura do veículo, o mais rápido possível.
Claro que, podem haver casos em que esse "tempo de segurança" é bem menor, fazendo com que essa luz espia só acenda quando a "coisa já estiver ficando feia" lá no motor, o que reforça a necessidade de ser ter uma indicação em escala, para identificar mais rápido um comportamento anormal.
Não quero dizer que é como se todo mundo andasse o tempo todo olhando para o ponteiro de temperatura, mas psicologicamente falando, ter este recurso no veículo, geralmente deixa o motorista mais tranquilo.
Alguns carros inclusive, informam a temperatura do motor (com os devidos "filtros" aplicados) junto às outras funções do computador de bordo, como é o caso da linha Polo de sexta geração. Mas para ter essa informação o tempo todo disponível, você acaba abrindo mão de ver o consumo de combustível, autonomia, ou alguma outra função, o que acaba não sendo uma solução tão prática quanto um indicador dedicado.
Dessa forma, uma solução para saber a temperatura real do motor do seu carro, seria recorrer a um Scanner Automotivo Portátil, conectado à porta OBD-II do seu carro para fazer a leitura das informações direto da central eletrônica, enviando via Bluetooth para o seu smartphone, em tempo real.
Mas e você? O que prefere? Ponteiro analógico? Indicador digital? Ou não liga muito pra essa informação? COMENTE ABAIXO!!!
Comentarios