O setor automotivo tem passado por uma transformação significativa com a crescente popularidade dos carros híbridos, elétricos e à célula de combustível, sendo alternativas mais sustentáveis em relação aos motores à combustão tradicionais. Dessa forma, vamos falar sobre cada tipo de configuração, características técnicas e os principais pontos positivos e negativos, para que você descubra qual faz mais sentido para as suas exigências.
1. Híbrido Leve (MHEV)
Os veículos MHEV (Mild Hybrid Electric Vehicle) são os mais simples e acessíveis entre os híbridos, uma vez que utilizam um motor elétrico apenas como suporte, ou seja, este não é responsável por tracionar as rodas.
Este motor especial vem acoplado ao volante do motor à combustão e substitui o motor de partida e o alternador, auxiliando em acelerações leves e otimizando o consumo de combustível, sendo responsável por, no mínimo, 2% da potência combinada total.
Para isso, ele é alimentado por uma bateria de 12V e baixa capacidade de carga (geralmente inferior a 1kWh), que foi previamente carregada em situações de frenagem ou desacelerações, ou seja, é um motor de dupla função, ora trabalhando como motor, ora como gerador.
Exemplos no mercado: Fiat Pulse Hybrid e Audi A3 Sportback
2. Híbrido Convencional ou Pleno (HEV)
Os veículos HEV (Hybrid Electric Vehicle) representam um passo além dos MHEVs, com maior integração entre os motores elétrico e a combustão, uma vez que ambos podem tracionar o veículo, com variação de 0 a 100% de atuação.
Naturalmente, o custo da tecnologia é mais elevado que um MHEV, o que reflete no valor do veículo, mas em compensação, este modelo já conta com uma bateria de capacidade um pouco maior (geralmente variando de 1 a 8 kWh), o que permite integrar a função de modo 100% elétrico, para curtos trajetos.
A estratégia de funcionamento é mais otimizada e complexa, para que cada motor atue de forma proporcional, na faixa de rotação e velocidade mais eficiente para si, o que resulta em excelentes médias de consumo de combustível e autonomia, sem a necessidade de uma recarga por fontes externas.
Também vêm equipados com recarga da bateria por frenagem regenerativa ou em desacelerações.
Exemplos no mercado: Toyota Corolla Hybrid e Honda Civic G11
3. Híbrido Plug-In (PHEV)
Os PHEVs (Plug-In Hybrid Electric Vehicle) são os híbridos mais avançados, combinando motores elétricos e a combustão, mas com uma diferença crucial: podem ser recarregados externamente, em uma tomada de corrente alternada ou contínua.
Por isso, se dão ao luxo de ter uma bateria de maior capacidade (entre 8 e 20 kWh), o que permite uma autonomia ainda maior que um veículo HEV, tanto no modo combinado, quando rodando 100% com o motor elétrico.
Novamente, o custo de implementação sobe, o que reflete o preço do veículo na concessionária, sem falar que aqui já é exigido que você adquira um carregador de boa capacidade, bem como invista na instalação elétrica da sua residência para a sua correta utilização.
É possível usar um modo 100% à combustão, para o caso de ficar sem carga na bateria, porém a potência combinada cai consideravelmente, o que deixa o veículo muito mais lento e eleva o seu consumo de combustível, uma vez que não se tem o motor elétrico para ajudar a tracionar.
Ainda assim, pode ser uma boa opção para quem percorre curtas distâncias diárias (usando o modo elétrico), mas precisa de um motor a combustão para viagens mais longas (usando o motor à combustão combinado para ter maior autonomia).
Exemplos no mercado: GWM Haval H6 PHEV e BYD Song Plus
4. Carro Elétrico (EV / BEV)
Os veículos puramente elétricos, ou Battery Electric Vehicles (BEV), são uma das soluções mais populares pensando em um futuro sustentável para a mobilidade.
Eles utilizam exclusivamente motores elétricos para tração e dependem de baterias recarregáveis, usando como fonte principal de energia, a tomada externa, e complementada pelos freios regenerativos.
Não emitem gases poluentes durante o uso, sendo ideais para quem busca reduzir o impacto ambiental, principalmente nos grandes centros urbanos.
Além disso, a conversão de energia elétrica em movimento chega a 90%, o que é muito mais eficiente comparado a um motor térmico, que hoje em dia se aproxima dos 40% ao converter a energia do combustível líquido em energia mecânica nas rodas.
Dessa forma, a autonomia de um EV pode variar de 200 a 600 km por carga completa, uma vez que a sua bateria tem uma capacidade maior, comparada à de um PHEV (acima dos 20 kWh).
No entanto, um EV / BEV depende exclusivamente de uma tomada e carregador disponível para reabastecer, o que nem sempre é possível dependendo do trajeto que fizer, ou da infraestrutura do local em que se reside, como um prédio mais antigo, por exemplo.
Exemplos no mercado: BYD Dolphin, GWM Ora 03
5. Carro Elétrico com Gerador (EREV)
Os veículos elétricos com gerador, também conhecidos como Extended Range Electric Vehicles (EREV), são uma opção interessante para quem não quer se preocupar com a disponibilidade de uma tomada para carregar seu veículo.
Embora ainda dependa de um motor a combustão, este só é usado exclusivamente como gerador para recarregar a bateria, em caso de descarga total, ou seja, a fonte de energia principal ainda é o carregamento externo por tomada.
Sendo assim, o motor elétrico é o único que traciona as rodas, mas a bateria também tem capacidade acima dos 20 KWh, assim como nos EV / BEV, o que já garante uma boa autonomia.
Muito indicado para quem usa muito um veículo em trajeto urbano, mas também precisa fazer longas viagens, com uma segurança de recarga extra.
Exemplos no mercado: BMW i3 REX e Nissan Note e-Power
6. Carro à Célula de Combustível (FCEV)
Os veículos à célula de combustível (Fuel Cell Electric Vehicles) representam uma solução inovadora, utilizando hidrogênio como fonte de energia para gerar eletricidade, pelo processo de eletrólise.
Essa reação química ocorre dentro das células de combustível, entre o hidrogênio líquido sob pressão e o oxigênio presente no ar, formando assim a corrente que vai alimentar o motor elétrico para tracionar o veículo.
Por ser uma tecnologia de altíssima complexidade, esta é uma das soluções mais caras do mercado, e pouquíssimos modelos são movidos à hidrogênio, mas uma das suas principais vantagens é que o único subproduto dessa reação química é a água, ou seja, ele emite zero carbono na atmosfera, quando em uso.
Além disso, o reabastecimento de hidrogênio leva poucos minutos, sendo comparável ao tempo de um veículo à combustão, porém, a infraestrutura de postos de reabastecimento é bem limitada, ainda mais no Brasil.
Mas não dá pra negar que a autonomia alcançada com essa tecnologia é bem satisfatória, superando facilmente os 500 km por tanque, e sem a necessidade do uso de baterias para armazenar energia, uma vez que está é produzida à medida que vai sendo consumida pelo motor. Dessa forma, também dispensam recargas por tomada.
Ainda assim, existem algumas exceções de veículos movidos à hidrogênio que possuem baterias, que só são usadas para armazenar a energia gerada pelo sistema de frenagem regenerativa, sendo apenas uma forma de complementar a autonomia, e não a fonte de energia principal.
Exemplos no mercado: Toyota Mirai
Mas e você? Teria algum desses modelos na sua garagem?
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