Encontrar carros econômicos até R$ 20 mil pode não ser uma tarefa muito fácil, por isso, separei neste artigo, os melhores modelos, focados em confiabilidade mecânica, disponibilidade de peças de reposição e aceitação no mercado.

O Fiat Palio ELX 1.3 Flex 2004 destaca-se pelo motor Fire de boa oferta de peças e barato de manter, entregando um consumo urbano de até 10,1 km/l com gasolina, de acordo com dados oficiais de época (na prática, dá pra alcançar médias ainda melhores, dependendo do trajeto e forma de guiar). Seu porta-malas de 290 litros e suspensão macia são adequados para uso urbano, mas o desempenho modesto (71 cv com etanol) e o espaço interno reduzido limitam viagens longas. Em sua terceira geração, entrega computador de bordo de série, e opcionais como direção hidráulica, trio elétrico completo (vidros, travas e retrovisores elétricos), ar condicionado e airbags frontais.

Já o Chevrolet Corsa Maxx 1.0 Flex 2008 oferece motor o GM Família 1 VHC, de 79 cv de potência no etanol e consumo urbano de até 10,9 km/l com gasolina, ideal para quem prioriza economia. A suspensão mais equilibrada entre conforto e estabilidade, aliado a um baixo custo de peças de reposição são vantagens, mas o motor tende a "bater pino" em versões mal cuidadas, e o porta-malas de 260 litros de capacidade está entre os menores da categoria. Evite a versão automatizada (Auto Clutch), uma vez que apresenta falhas recorrentes no sensor de acionamento da embreagem.

O Ford Fiesta Class 1.6 Gasolina 2004 surpreende em desempenho, com o motor Zetec Rocam de 98 cv e consumo rodoviário de 16,0 km/l, um dos melhores dessa lista. Além disso, o porta-malas de 305 litros, melhor espaço interno traseiro e posição elevada de dirigir são os pontos fortes desse hatch compacto, porém é comum de apresentar folgas na caixa de direção e as peças de acabamento já estão um pouco mais difíceis de encontrar. A desvalorização acentuada, típica de modelos Ford da época, pode ser uma oportunidade para compradores que não ligam muito para a revenda. Atenção especial com o sistema de arrefecimento do motor, que pode superaquecer caso não tenha sido bem cuidado.

Mas no outro lado do espectro, para quem busca facilidade de revenda acima de tudo, o Volkswagen Gol Power 1.6 Gasolina 2003 pode ser uma das melhores opções. Equipado com o motor AP-1600 de 97 cv de potência e consumo urbano de 10,5 km/l, entrega também uma ampla oferta de peças e um dos menores custos de manutenção da categoria. Seu design interno funcional e boa altura do solo agradam, mas o porta-malas de 285 litros e ajuste limitado do banco do motorista podem ser contrapontos. A supervalorização atual requer cuidados com modelos que não estejam bem cuidados.

O Chevrolet Celta Super 1.4 Gasolina 2006 chama atenção pelo consumo rodoviário de 14,4 km/l e por vir com o motor GM Família 1 de 85 cv (um pouco raro no Celta), adequado para trajetos urbanos e até para se aventurar na estrada, uma vez que tem uma boa relação peso/potência de 10,2 kg/cv (Esse Celta pesa apenas 870 kg, em ordem de marcha). O painel com conta-giros e acabamento em tom prata agregam valor, mas a altura do solo reduzida e a falta de espaço interno comprometem a versatilidade. É uma opção compacta e econômica, porém limitada também à capacidade do porta-malas de apenas 260 litros.

O Renault Logan Expression 1.6 Flex 2008 oferece o motor K7M Hi-Flex de 95 cv no etanol e um porta-malas generoso de 510 litros, incomum na categoria dos compactos. Seu consumo urbano de 9,2 km/l com gasolina, altura do solo elevada e bom espaço interno traseiro são ideais para o dia-a-dia, mas os engates imprecisos do câmbio JH3 e o design externo ultrapassado reduzem o apelo. A versão Expression inclui direção hidráulica e ar condicionado de série, os principais e mais caros itens de conforto à bordo, o que facilita um pouco a revenda.

O Renault Symbol Privilege 1.6 16v Flex 2009 é uma opção mais requintada frente ao Logan, equipado com o motor K4M Hi-Flex de 115 cv no etanol e consumo urbano de 10,8 km/l com gasolina, aliando melhor desempenho e eficiência, quando comparado com o 8 válvulas do Logan. Equipamentos como direção hidráulica com ajuste de altura da coluna, trio elétrico completo, ar-condicionado digital e airbags frontais são diferenciais, mas o espaço reduzido no banco traseiro e o isolamento acústico ruim limitam o conforto. O porta-malas de 506 litros de capacidade quase empata com o Logan, mas a menor procura pelo modelo no mercado de usados dificulta a revenda.

Para quem busca um veículo de porte médio e ainda econômico, o Volkswagen Santana 1.8 Gasolina 2002 se destaca-se também pela incrível autonomia: com tanque de 72 litros, pode alcançar mais de 1.100 km em estrada, considerando seu consumo oficial de 15,6 km/l. Seu motor AP-1800 de 100 cv de potência é conhecido pela durabilidade, assim como de todo o conjunto mecânico, mas a plataforma antiga (baseada no Passat B2) carece de segurança à bordo e pode apresentar trincas em pontos específicos. Problemas como infiltrações no porta-malas e descolamento de forros de porta são comuns mesmo em unidades bem conservadas, exigindo vistoria detalhada.

Uma segunda opção frente ao Santana, seria o Toyota Corolla XEi 1.8 16v Gasolina 2000, que surpreende com o motor 7A-FE de 116 cv e consumo rodoviário de 13,3 km/l, aliando confiabilidade japonesa a um bom custo-benefício. Seu acabamento de boa qualidade e o porta-malas de 406 litros são atrativos, mas a dificuldade em encontrar peças específicas de acabamento e o espaço interno traseiro limitado são pontos a se considerar. Ainda assim, tem sua boa procura no mercado de usados, para quem conhece bem o modelo.
Enfim, para comprar um veículo nessa faixa de preço, priorize modelos com um bom histórico de robustez e confiabilidade, como o Corolla e o Santana. Se possível, faça um teste de consumo de combustível para ver se é o que realmente procura, assim como do estado da suspensão e acabamento interno. Também é muito importante verificar toda a documentação do exemplar que está analisando, bem como o seu histórico de manutenção preventiva/corretiva, e para isso, investir em uma boa avaliação pré-compra evita altos gastos inesperados.
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