No mercado de sedãs usados, o Nissan Sentra B17 (sétima geração) vem ganhando cada vez mais destaque, seja pela sua confiabilidade mecânica, qualidade de construção, imponência e, talvez um dos pontos mais importantes: o preço.
Lançado no nosso mercado no segundo semestre de 2013, já como modelo 2014, o Sentra vinha importado do México, em três versões de acabamento: "S", "SV" e "SL", em ordem de preço e nível de equipamentos.
A versão de entrada, "S", é a única que disponibiliza, de série, o câmbio manual de 6 marchas, com opção do automático CVT Jacto X-Tronic, que não simula marchas. Além disso, entrega direção elétrica com ajuste de altura e profundidade da coluna, trio elétrico completo, chave presencial, rodas de liga leve de 16 polegadas, ar condicionado, airbags frontais, freios ABS, ISOFIX, faróis de neblina, banco traseiro bipartido com cinto de 3 pontos e apoio de cabeça para todos os ocupantes e o CD Player com entrada USB, conexão Bluetooth e volante multifuncional, dentre outros.
Já a intermediária "SV", agrega o ar condicionado digital automático de duas zonas e o controlador de velocidade, enquanto a top de linha "SL" fica bem mais interessante, com as rodas de aro 17, bancos em couro, faróis de acendimento automático, retrovisor interno fotocrômico, retrovisores externos rebatíveis eletricamente, além dos airbags laterais e de cortina, sensores de estacionamento traseiro e a central multimídia de 5,8 polegadas que acrescenta o GPS integrado e a câmera de ré. O único opcional disponível dessa versão, é o teto solar elétrico.
Em design, é um carro bem acertado, na minha opinião, com linhas que claramente remetem à modelos mais caros da marca, como o Altima. Os elementos em led`s nos faróis e lanternas traseiras dão todo um ar de sofisticação e modernidade, reforçados pelas linhas mais sinuosas e apliques cromados em torno das janelas.
Internamente, o padrão se repete, com materiais de excelente qualidade e textura revestindo painel e forros das portas, tudo macio ao toque. O espaço interno traseiro é ótimo para até três adultos, uma vez que conta com uma boa distância entre-eixos de 2,70 metros por 1,76 de largura. E claro que dá pra levar bagagens de todo mundo, uma vez que conta com um bom porta-malas de 503 litros de capacidade.
Em conjunto mecânico, todas as versões do Sentra vêm equipadas com o bom e velho motor 2.0 MR20DE flex, de 140 cv de potência e 20,0 kgfm de torque, independente do combustível, o que é uma calibragem bem comum em motores Nissan. Dessa forma, ele é suficiente para mover os 1348 kg de peso em ordem de marcha da versão mais pesada (a "SL") com uma relação peso/potência de 9,6 kg/cv.
O câmbio CVT promove boa suavidade e progressividade nas acelerações e retomadas de velocidade, sem comprometer tanto o tempo de resposta, o que indica um bom acerto por parte da montadora. Apesar de não possuir simulação de marchas, ele conta com o bloqueio de overdrive, através de um botão na lateral da alavanca, que ao ser pressionado, deixa a rotação do motor sempre um pouco mais elevada, o que é ótimo para preparar para uma ultrapassagem, ou quando se deseja um pouco mais de atuação do freio-motor.
A suspensão se equilibra muito bem entre conforto e estabilidade, com leve tendência para a primeira característica, o que torna o rodar bem agradável, mas pode criar situações de saída de frente, quando guiado mais no limite.
Claro que, como qualquer carro usado, o Nissan Sentra de sétima geração também tem seus pontos de atenção, que valem ser mencionados, como os relatos frequentes de falha no eletroventilador, que podem causar o superaquecimento do motor. Também o câmbio CVT pode apresentar superaquecimento, caso o proprietário deixe passar muito do prazo de troca do fluido dessa transmissão.
Por isso que é muito importante, antes de comprar qualquer carro usado, fazer uma boa avaliação mecânica, para ter certeza de que o exemplar em análise foi bem cuidado, passou pelas manutenções preventivas de forma correta, para evitar que você tenha um gasto muito mais elevado no futuro.
O curioso é que, quando novo, o Sentra SL, com todo esse nível de tecnologia embarcada, custava algo em torno de R$ 72 mil (preços de 2014, conforme a tabela FIPE), bem abaixo dos R$ 80 mil de um Toyota Corolla Altis, ou os R$ 82 mil de um Honda Civic EXR, indicando que a Nissan não estava de brincadeira na hora de disputar esse mercado tão concorrido.
Hoje em dia, ainda de acordo com a tabela FIPE, um Nissan Sentra SL 2014 usado está avaliado em R$ 50.803,00, enquanto o Toyota Corolla Altis está por R$ 71.225,00, e um Honda Civic EXR por R$ 72.738,00, mostrando que sim, o Nissan caiu mais de preço ao longo dos anos.
Isso pode ser bom, para quem busca um carro de melhor relação custo-benefício, mas tendo em mente que a sua revenda pode ser um pouco mais demorada que a dos seus rivais. Ainda assim, eu diria que vale muito à pena buscar um Nissan Sentra que tenha sido bem cuidado.
Mas e você? Compraria um Nissan Sentra B17?
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